Todos os dias, desde cedo até a noite - ou melhor, até durante a noite - travo uma grande luta com os meus pensamentos.
Eles ganham vida e criam minha realidade na maior parte do tempo, porque lutar contra eles exige um esforço gigantesco. E nem sempre tenho a energia necessária - ou a vontade - para assumir uma versão de mim que nem sempre me agrada.
Eu sou a única responsável por esses pensamentos tomarem conta de mim. Eles me nutrem, me desafiam, me confortam, me energizam. Mas também me arrastam para cenários que jamais imaginei, tanto os bons quanto os ruins.
Crio fantasmas que, ao mesmo tempo em que dançam comigo e me fazem feliz, podem me destruir, me rebaixar e me consumir. Em um instante, eles me elogiam; no outro, me colocam no pior patamar que consigo imaginar.
Foi assim que percebi a grande capacidade que tenho de construir ou destruir minha própria felicidade. Quando reconheço que meus pensamentos estão sob o meu comando, compreendo a importância de cuidar deles. Sei que não conseguirei controlá-los 100% do tempo, mas sei também que posso direcioná-los e construir, pouco a pouco, uma jornada mais leve e equilibrada.
E é isso que quero dizer: essa capacidade está dentro de nós. Podemos nos libertar dos pensamentos que nos acorrentam à mágoa, à cobrança, à dor. Encontrar esse equilíbrio é possível! Mas é um trabalho diário, que acontece sem julgamentos, sem críticas e sem cobranças - apenas com fé e persistência em um futuro melhor.
Um bom começo é acordar todos os dias com gratidão. Valorizar o que já temos: as pessoas que contribuíram para nosso crescimento, a comida na mesa, a água potável, um teto para dormir, o trabalho, a família, os amigos... Perceber que, quando colocamos nossa energia naquilo que já recebemos, experimentamos uma sensação de bem-estar e uma força renovada para seguir em frente.
Por outro lado, se passamos horas focados na falta, na comparação, no julgamento, na ganância, nas redes sociais analisando a vida dos outros, inevitavelmente criamos um foco de ansiedade. Esse ciclo nos puxa para baixo, nos enche de medo e tristeza - um looping interminável que nos prende e nos sufoca.
Mas é possível sair disso.
Agradeça pela sua vida e escolha, conscientemente, criar bons pensamentos. E quando aquela voz interna tentar te lembrar da sua pior versão, olhe para ela e diga em alto e bom som:
"Essa é uma versão antiga, que me ensinou o que não serve para mim. Mas hoje, eu sou minha melhor versão, capaz de criar o melhor para mim."
Confie e acredite no seu poder!
Valéria Alves
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