NOSSO COMPORTAMENTO APÓS 3 MESES DE ISOLAMENTO SOCIAL - COVID-19
Hoje quero falar sobre nosso comportamento antes do isolamento social e após três meses confinados em nossos lares. Sei que muitas pessoas não têm nem se quer um lar para ficar, alimento suficiente para o dia a dia, água e sabão para higienizar as próprias mãos etc. Sei de tudo isso, pois não vivo fechada numa redoma de vidro aonde eu só consigo enxergar o meu próprio umbigo.
Perante todos esses desafios que estamos vivendo acho muito importante lembrar que tudo o que estamos passando foram medidas necessárias tomadas para frear a população de todo um planeta que vinha num processo gigantesco de egoísmo, egocentrismo misturado com um desequilíbrio emocional, o qual estava aniquilando o amor e respeito a si mesmo e ao próximo.
Vale lembrar que também estávamos vivendo uma época de grandes oportunidades para buscarmos dentro de nós a nossa essência. Mas para isso precisávamos deixar de lado todo o nosso orgulho, o nosso mando, as nossas vontades absolutas e principalmente assumirmos responsabilidades.
Parece fácil, mas quando pensamos que assumir responsabilidades vai nos fazer enxergar o que somos realmente, isso parece assustador. Pois é muito simples continuarmos sem tempo, realizando certas ações por conta dos pais, filhos, companheiros, chefes, amigos, governantes e todos mais.
Essa pandemia surgiu para termos tempo necessário para realizar esse autoconhecimento. Tempo para entendermos quem são as pessoas que dividem o lar conosco, quais as nossas prioridades, quais os nossos medos, "culpas", vícios, fantasmas, crenças, doenças... Enfim estamos tendo todo o tempo para enfrentarmos tudo isso e principalmente para mudarmos.
Realizei uma pesquisa a cerca de um mês atrás para verificar como estavam reagindo as pessoas com essa oportunidade que estamos tendo. Alguns itens como: autoconhecimento, humor, aprendizados, autoconfiança, estresse, consumismo, fé, tolerância, paciência e foco. Numa escala de 1 a 5 (onde 1 não teve mudanças e 5 muitas mudanças), as pessoas davam nota para mostrar como elas estão agora.
O resultado foi o seguinte:
1º - Fé (hoje tenho mais fé)
2º - Autoconhecimento (aproveitei esse período para mudanças internas)
3º - Tolerância (consigo ouvir e entender mais)
4º - Foco (consigo manter o foco)
5º - Autoconfiança (desenvolvi autoconfiança)
6º - Paciência (me sinto mais paciente)
7º - Aprendizados (novas formações)
8º - Humor (houve mudanças de humor)
9º - Estresse (ando estressado)
10º - Consumismo (consumo o que realmente preciso)
Mediante a esse resultado se olharmos apenas para os cinco primeiros colocados, onde se destacam as maiores mudanças, conseguimos enxergar boas mudanças. Destacando a fé e a autoconfiança, pois termos fé em alguma força que rege nossa vida e juntos termos autoconfiança em nós mesmos mostra uma imensa oportunidade de enfrentarmos o desconhecido. Sendo que aqui estamos colocando esse desconhecido como sendo tudo aquilo que está dentro de nós mesmos e não queremos enxergar.
Não posso deixar de comentar sobre o autoconhecimento que nos proporciona a grande chance de surgirmos com mais força, entendimento, segurança e dignidade. Nos proporciona mudanças, que é uma grande chave para deixarmos de querer ter controle sobre tudo e todos. E assim iniciamos o processo de controle sobre nós mesmos.
Falando sobre os outros itens que tiveram menos mudanças é interessante o item consumismo, que por muito em nossas vidas tem realizado um papel importante como válvula de escape. Consumimos para ter prazer, buscamos no mundo externo aquilo que possa acalmar, mesmo que temporariamente, o nosso interno. Essa é a maneira mais fácil de nos iludirmos.
O que pode nos provocar tanto estresse dentro na nossa casa e junto de nossa família? A resposta é simples, pois conviver vinte e quatro horas com pessoas que nós conhecemos e eles também nos conhecem bem nos proporcionam atritos e desafios que nem sempre estamos dispostos a passar. É muito mais fácil ficar oito, dez ou mais horas fora de casa, convivendo com colegas de trabalho, amigos e desconhecidos, do que estar presos dentro de um lar com a família. Pois é essa família que nos proporciona os desafios necessários para o nosso desenvolvimento. Enquanto que os amigos, estão sempre prontos para ver as nossas máscaras que quisermos mostrar.
Para terminar aqui esse artigo eu não podia deixar de comentar sobre um vídeo que assisti do psicólogo Rossandro Klinjey que fala sobre todas essas mudanças que estamos passando, os desafios do dia a dia e principalmente da grande oportunidade de um novo mundo. Pois ele destaca a certeza de que nós somos vencedores e estaremos muito melhores e mais fortalecidos depois que tudo isso passar. O momento é de mudança!